Com o saldo positivo, a riqueza produzida no país soma R$ 2,9 trilhões neste ano. Os dados foram influenciados pelo setor da indústria e dos serviços
Por: Thatiany Lucena / FONTE: DP
O Produto Interno Bruno (PIB), soma de toda a riqueza produzida no país, registrou um crescimento de 1,4% no segundo trimestre (abril a junho) em comparação ao primeiro trimestre deste ano. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3). O resultado foi puxado pela alta do setor de indústria no período (de 1,8%), seguida pelos serviços (alta de 1%). E com a redução do desemprego no país, o consumo das famílias também interfere no resultado.
Segundo a análise de Sandro Prado, professor universitário da FCAP/UPE, a redução do desemprego é um fator responsável pelo crescimento acima da expectativa do PIB no país. “Com o crescimento da demanda interna através da redução do desemprego, que nós chegamos a um patamar de 6,8 recentemente, um dos menores índices de desemprego dos últimos tempos, o consumo das famílias aumenta”, aponta.
Pernambuco
Em Pernambuco, de acordo com informações da Agência Condepe/Fidem, esses dados devem ser disponibilizados em 12 de setembro. Na análise do economista Sandro Prado, professor universitário da FCAP/UPE, a expectativa é de que o estado siga o comportamento positivo do país, inclusive com resultados ainda melhores no setor do agronegócio.
“No estado, nós tivemos uma vantagem em relação ao restante do Brasil porque não tivemos extremos (climáticos). Continuamos produzindo razoavelmente no nosso agronegócio, principalmente com a fruticultura irrigada, em Petrolina e região. A gente continua tendo investimentos aqui na parte industrial, principalmente no Complexo Industrial de Suape. Pernambuco deve acompanhar esse bom desempenho brasileiro, que foi um dos melhores entre as economias do mundo”, aponta.
No cenário nacional, na comparação com o segundo trimestre de 2023, o crescimento do PIB foi de 3,3%. O saldo positivo totaliza R$ 2,9 trilhões neste ano, sendo R$ 2,5 trilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 387,6 bilhões aos impostos sobre produtos. Já a taxa de investimento no segundo trimestre, indicador que sinaliza o bom desempenho da economia, foi de 16,8% do PIB, acima dos 16,4% verificados no segundo trimestre de 2023. Na indústria, o bom desempenho foi reflexo dos setores de eletricidade e gás, água, esgoto, atividade de gestão de resíduos, com alta de 4,2% e construção, 3,5%. Além das indústrias de transformação, com alta de 1,8%. Já as indústrias extrativas, recuaram 4,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro.
No setor de serviços, o bom desempenho foi influenciado pelas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que cresceram 2%; informática e comunicação (1,7%); comércio (1,4%), transporte, armazenagem e correio, (1,3%); administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social, 1%; atividades imobiliárias, 0,9% e demais atividades do comércio, 0,8%. Queda
Na contramão desse crescimento, o setor de agropecuária teve um recuo de 2,3%, na comparação entre o segundo e o primeiro trimestre de 2024 e 2,9% em relação ao mesmo período de 2023. Para Sandro Prado, os fatores climáticos como as estiagens contínuas e o calor são um dos causadores da queda no setor.
“Nós tivemos infelizmente um episódio no Rio Grande do Sul, que atrapalhou especificamente a colheita daquela região do Brasil, que é uma grande produtora, mas agora nós estamos tendo problema no Centro-Oeste, em São Paulo, no Norte. Não só não com a estiagem muito prolongada, mas também com as queimadas. Então nós não temos uma grande expectativa para que o setor Agropecuário seja um impulsionador do crescimento do PIB”. Expectativa para os próximos meses
Sandro Prado analisa ainda que a boa performance dos setores de indústria e serviços, deve continuar puxando o saldo positivo do PIB para os próximos meses no país. “Nós estamos com a expectativa de um PIB relativamente alto, pelo que se imaginava, com cerca de 2,5% neste ano, justamente porque conseguimos um maior crescimento da demanda interna. O consumo interno foi importante, que é fundamental para o setor de serviços“, relata o economista.