O crescimento na produção de energias renováveis é uma aposta de Pernambuco para a produção do hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro.
O estado mira nos recursos provenientes do fundo social do pré-sal, que prevê uma arrecadação de até R$ 900 bilhões, até 2030.
A ideia é gerar a atração de investidores internacionais. Como um dos enfoques está a energia solar flutuante, com a projeção de instalação em reservatórios estratégicos, espalhados pelo Interior e Região Metropolitana.
O diesel permanece como a principal matéria-prima para geração de energia, seguindo uma tendência ainda nacional.
Contudo, o combustível vai de encontro aos esforços para a sustentabilidade e preservação do meio ambiente, já que implica no aquecimento global. Neste panorama, menos de 10% deste processo conta com a energia solar como fonte.
Em encontro na sede da Federação das Indústrias (Fiepe-PE), no Recife, na sexta-feira (20), a Comissão Especial de Transição Energética e Hidrogênio Verde da Câmara dos Deputados debateu a temática junto ao empresariado e especialistas do setor.
“É necessária a busca de soluções inovadoras, capazes de reduzir os impactos das emissões de carbono e nos ajudando a refletir sobre mudanças de comportamento e consumo. Precisamos pavimentar esse caminho, a fim de alcançarmos um marco regulatório”, destacou o presidente da entidade, Ricardo Essinger.
O secretário de desenvolvimento econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, disse que o estado já é a liderança principal do tema energia na região Nordeste.
“Temos o principal celeiro de formação humano, seja nas universidades e na capacidade prática. Temos as duas maiores comercializadoras de energia e um dos maiores grupos privados do país nesta área. Somos o estado do etanol e o único que tem, efetivamente, um complexo industrial portuário capaz de receber o que vem pela frente”, destacou.
Entre os locais apontados como chave para a implantação dos sistemas na lâmina d’água estão as barragens de Pirapama, no Cabo de Santo Agostinho, e, posteriormente, a do Engenho Maranhão, em Ipojuca. O almejado ramal da Transnordestina, com conexão com o Porto de Suape, volta às discussões, por permitir o transporte eficiente do hidrogênio verde produzido.
O processo de descarbonização representa o impulsionamento de um novo ciclo de crescimento do país, aponta o coordenador de Energias Renováveis da Frente Parlamentar Ambientalista, o deputado Pedro Campos.
“Está atrelada a muitos ganhos sociais e econômicos, com a geração de emprego e renda decorrentes de uma nova onda de industrialização. Os ganhos incluem a implantação de empreendimentos e processos produtivos sustentáveis”, explicou.
Compesa
A transição energética e a entrada no mercado de hidrogênio verde também é tratada como uma oportunidade de capital para Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).
O estudo se debruça numa economia estimada em R$ 468 milhões por ano, oriundos da descarbonização da geração usada na produção de água e tratamento de esgoto.
A concessionária pública analisa a utilização de suas barragens para a instalação de painéis fotovoltaicos, com potencial total de cerca de 300 megawatts (MW).