Especialistas analisam os efeitos da IA nos empregos e nas carreiras, abordando oportunidades e desafios diante da crescente influência da tecnologia no mundo do trabalho.
FONTE: CONTÁBEIS
Nesta terça-feira (9), especialistas se reuniram na Câmara dos Deputados para discutir o impacto da Inteligência Artificial (IA) nas ocupações atuais, bem como as perspectivas que se abrem para trabalhadores e empreendedores.
Sob o tema “Profissões em Risco: Inteligência Artificial e a Empregabilidade”, o encontro foi coordenado pelo deputado Helio Lopes (PL-RJ), relator de um estudo em curso no Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes).
O gerente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em São Paulo, Marcello Luiz de Souza Junior, ressaltou a incerteza do impacto líquido da IA, destacando a dependência das ações de empresas e trabalhadores.
Um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou que cerca de 40% dos empregos globais correm o risco de serem afetados pela IA, com possíveis repercussões negativas nas desigualdades sociais.
No contexto brasileiro, o FMI estima que 22% dos empregos seriam impactados negativamente, enquanto 19% poderiam ser beneficiados, deixando 59% imunes à influência da IA.
O pesquisador do Instituto Cappra, Tiago Manke, destacou a alta demanda por profissionais de IA, contrastando com a possível perda de empregos em setores tradicionais.
Educação empreendedora e medidas necessárias
O executivo da empresa de inovação Fablab Recife, Edgar Andrade, enfatizou a importância de promover uma educação empreendedora e fornecer acesso ao crédito para novos empreendimentos, inclusive os de pequeno porte.
Já o gerente do Senai argumentou que universidades e instituições como o Senai devem colaborar com as empresas para otimizar o aproveitamento das tecnologias, enquanto a educação continuada é vital para a permanência ou recolocação dos trabalhadores no mercado.
Acessibilidade das novas tecnologias e debate sobre renda básica universal
Manke ressaltou a crescente acessibilidade das novas tecnologias, enfatizando a presença de aplicativos de IA simples e gratuitos na internet, que podem melhorar o desempenho dos microempreendedores.
O deputado Helio Lopes destacou o sucesso do pix, aplicativo de transferência de dinheiro do Banco Central, sugerindo que a IA poderá ser amplamente adotada, até mesmo por camelôs na Baixada Fluminense.
Edgar Andrade provocou a retomada do debate sobre a renda básica universal, argumentando que o aumento do desemprego exigirá soluções para sustentar aqueles fora do mercado, com a proposta de que os mais abastados contribuam para esse fim.
O Cedes, órgão técnico-consultivo da Câmara dos Deputados, dedicado a debater temas inovadores, desempenha um papel fundamental na transformação das realidades econômicas, políticas e sociais do Brasil. Desde sua criação em 2003, o Cedes já produziu 33 trabalhos, muitos dos quais influenciaram a legislação e a administração pública.
Com uma abordagem proativa e colaborativa, os debates promovidos pelo Cedes buscam antecipar e enfrentar os desafios impostos pelas mudanças tecnológicas, como a crescente influência da IA no mercado de trabalho.
A discussão sobre o impacto da IA no mercado de trabalho é fundamental para moldar políticas públicas e estratégias empresariais que garantam uma transição justa e eficaz para uma economia cada vez mais digitalizada. A colaboração entre governo, empresas, instituições de ensino e sociedade civil é essencial para aproveitar as oportunidades e mitigar os desafios trazidos por essa revolução tecnológica.Com informações Agência Câmara de Notícias