FONTE: FOLHA DE PERNAMBUCO
A queda de braço entre a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e o governo do estado, que tem como consequência o trancamento da pauta e a não apreciação de projetos importantes, acendeu o sinal vermelho para empresários e entidades ligadas ao setor produtivo do estado.
Eles temem que o atraso gere insegurança jurídica e, principalmente, a perda de competitividade do estado.
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Fiepe
Procurado pela reportagem, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Bruno Veloso, manifestou preocupação com o travamento da pauta na Assembleia. O dirigente defendeu a necessidade de união das forças políticas em torno de temas estratégicos para o desenvolvimento de Pernambuco.
“Eu vejo com muita preocupação. As questões políticas não deveriam estar interferindo nas questões econômicas do estado. Temos visto que nosso crescimento ao longo de uma década tem sido muito pequeno, inclusive, temos observado que os investimentos em outros estados têm sido por conta dessa união (da classe política)”, destacou. Para ele, o debate político deve se restringir ao período eleitoral.
Ciepe
O presidente do Centro das Indústrias do Estado de Pernambuco (Ciepe), Ricardo Heráclito, defendeu que a unidade das instituições é estratégica para a garantia de benfeitorias estruturadoras para o estado como a Ferrovia Transnordestina, o Arco Metropolitano e a Transposição do Rio São Francisco. E enfatiza que a conclusão dessas obras é essencial para manter a competitividade de Pernambuco diante de estados vizinhos. “Tem que ter paz, pensar primeiro no estado. Acho que precisa ter um pouco de decisão. Fazer as obras acontecerem independentemente de quem está no governo”, destacou.
O dirigente reforça que a atração de investimentos depende da estabilidade e segurança jurídica, o que deveria ser a prioridade das forças políticas do estado.
Avipe
Por meio de nota, a Associação Avícola de Pernambuco (Avipe) defendeu a importância da votação do nome indicado para a presidência da Adagro, Moshe Dayan. A pauta é uma das iniciativas travadas na Casa. “A Avipe espera que o tema seja resolvido o quanto antes, dada a importância da Adagro para a segurança sanitária e o desenvolvimento da avicultura pernambucana”, destacou. Representantes da entidade se reuniram na semana passada com parlamentares para pedir a votação da matéria.
O setor avícola pernambucano é o quarto maior produtor de ovos do Brasil, com mais de 15 milhões de unidades produzidas por dia, e o sétimo em abate de frangos, com mais de 1 milhão de aves por semana. Além disso, é responsável pela geração de 150 mil empregos diretos e indiretos. Amupe
A falta de harmonia entre Legislativo e Executivo também deixa em alerta a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). “Muitas ações atingem diretamente o bem-estar de quem está na ponta da linha”, afirmou o presidente da Amupe, Marcelo Gouveia. O dirigente enfatiza ser necessário a harmonia entre os poderes.
“Independentemente de ser oposição ou governo, deve prevalecer para todo político o espírito público. É muito importante um entendimento, o quanto antes, entre a Assembleia e o governo do estado para que as pautas sejam discutidas e o trabalho possa continuar a fluir como fluiu até agora pelo bem de Pernambuco”, enfatizou.